sexta-feira, 1 de julho de 2016

Pronomes

O raio da Silibrina
(Braulio Tavares)
Me perguntam tanto que resolvi escrever um artigo encerrando esta questão de uma vez por todas. Quando alguém vier me perguntar: “Mas o que diabo quer dizer O Raio da Silibrina?...”, atacho o presente texto e estamos conversados.
Este termo surgiu para mim na infância. Tia Anunciada (que chamávamos Tia Nunum), minha tia mais jovem pelo lado materno, estava passando férias lá em casa. Meus pais foram ao cinema ou a um jantar, e ela juntou os sobrinhos para inventar uma travessura. Preparamos um boneco sentado no sofá da sala: um terno velho de meu pai, recheado de jornais amassados, sapatos, uma máscara de carnaval na cara, um chapéu, um copo na mão. Parecia uma pessoa de verdade. Como remate final, ela pendurou-lhe no pescoço um papel onde escreveu: “O Raio da Silibrina”. Quando meus pais chegaram e acenderam a luz da sala, tiveram um susto, e a gente morreu de rir.
Usei esse nome para batizar um personagem duma peça minha, com canções e tudo: Trupizupe, o Raio da Silibrina. Aí, já fiz uma mistura com o termo “trupizupe”, que é um dos diabos chamados para enfrentar Lampião no folheto de José Pacheco A Chegada de Lampião no Inferno. A música com o mesmo título acabou ficando conhecida, e alguém me disse que a origem do nome “silibrina” era um tipo de farol de carro que existia antigamente, “Sealed Beam”, que significa mais ou menos “brilho selado”, ou “farol blindado. Quando um carro com este tipo de farol aparecia ao longe, de noite, nas estradas do interior, o raio de luz se via a quilômetros de distância, e os matutos diziam: “Eita, olha só o Rai do Silibim!” E aí ficou. Na década de 1960 houve um grupo de rock paulista, só de mulheres (acho que eram Rita Lee, Lúcia Turnbull, essa turma) que se chamava “As Cilibrinas”, o que levantou a interessante questão da grafia do nome – que continuo a preferir com “S”.
Recentemente minha irmã Clotilde levantou a questão mais uma vez, lembrando a lendária figura da “Sibila de Cuma”, uma daquelas pitonisas gregas que adivinhavam o futuro, e cuja história é contada num livro com o título “Oracula Sybyllina”. Pode ser mera coincidência que isto lembre o som de “O Raio da Silibrina”, mas é de se ficar pensando, devido aos pendores místicos, transcendentais, proféticos e ininteligíveis de ambas as entidades.
Em todo caso, devemos lembrar que no linguajar popular paraibano a expressão “o raio da silibrina” é aparentada a “o cão chupando pena”, “o cão chupando manga”, e semelhantes. Quando Ronaldinho Gaúcho arranca da intermediária, passa um pitu em três zagueiros e encaçapa a bola na gaveta de cima, a torcida brada: “Eita, que o cába hoje tá o raio da silibrina!” -- ou, em mais uma expressão equivalente, “tá virado num traque”.
Quanto a mim, prefiro considerar que se trata de uma operação fonético-numerológica, uma conta de somar com letras em vez de números: “SILIBRINA = sabedoria + livraria + adrenalina”. E estamos conversados.

Responda atentamente ao que se pede:
1)No primeiro parágrafo, linha 1, há um pronome oblíquo cuja colocação é inadequada. Corrija a frase .


2)No primeiro parágrafo, linha 2, quem é o sujeito do verbo “atachar”?


3)No segundo parágrafo, linha 4, há um pronome demonstrativo cuja função é recuperar um termo anteriormente citado. Esse pronome foi escrito de maneira inadequada. Corrija-o.


4)No segundo parágrafo, linha 4, o pronome relativo “que” retoma um termo anteriormente citado evitando sua repetição. Qual é o termo?



5)No segundo parágrafo, linha 4, há um pronome possessivo. Transcreva-o.


6)No segundo parágrafo, linha 5, há um pronome possessivo. Transcreva-o.


7)Na linha 5, o pronome “ela” refere-se a que termo anteriormente citado?


8)Na linha 6, qual é o sujeito do verbo “preparamos”?


9)Na linha 8, qual é o sujeito do verbo “parecia”?


10)Na linha 8, a frase “ela pendurou-lhe no pescoço um papel onde escreveu:...” pode ser reescrita  substituindo-se o  pronome “lhe”. Faça as alterações necessárias.


11)Preencha a tabela abaixo:
LINHA
PRONOME DEMONSTRATIVO
PRONOME POSSESSIVO
PRONOME INDEFINIDO
10



LINHA
ARTIGOS INDEFINIDOS
PRONOME RELATIVO
SUBSTANTIVO PRÓPRIO
11



LINHA
PRONOME INDEFINIDO
PRONOME RELATIVO
PRONOME OBLÍQUO
13




12)Na frase “Quando um carro com este tipo de farol aparecia ao longe, de noite, nas estradas do interior, o raio de luz se via a quilômetros de distância,...” há um pronome demonstrativo que foi escrito de maneira inadequada. Identifique-o e transcreva a frase eliminando essa inadequação.


13) Na linha 19, identifique o sujeito do verbo “levantou”.


14) Na linha 21, há inadequação do uso do pronome demonstrativo. Corrija-o.


15) Justifique o emprego do pronome demonstrativo “essa” na linha 17.


16) Assinale a alternativa correta.
a)Na frase “atacho o presente texto e estamos conversados.”, linha 2, há apenas 1 substantivo.
b) Na frase “Este termo surgiu para mim na infância”, linha 4, não houve inadequação na escrita dos pronomes.
c)Na frase “Meus pais foram ao cinema ou a um jantar”, linha 5, há 2 artigos definidos e 1 indefinido.
d)Na frase “Preparamos um boneco sentado no sofá da sala...”, linha 6, o artigo indefinido exerce a função de retomar um termo anteriormente citado.
e)Na frase “que continuo a preferir com “S”.”, linha 18, o pronome relativo retoma o substantivo “Cilibrinas”.

17) Assinale a alternativa incorreta.
a) O substantivo “pendores”, linha 21 significa “tendências”.
b) “Brada”, linha 25, é sinônimo de “grita”.
c) “pitonisas”, linha 20, é o substantivo que os gregos utilizam para denominar aquelas mulheres que adivinham o futuro.
d) Na frase “Quanto a mim, prefiro considerar que se trata de uma operação fonético-numerológica...”, linha 27, pode-se substituir sem inadequação sintática o pronome “mim” pelo pronome “eu”.

e) Na linha 23, a palavra “que” não é pronome relativo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário